A Pele da Máquina se relaciona com o espetáculo Nafta, criado pela dupla Ângelo Madureira e Ana Catarina Vieira, em 2011, na Croácia, com seis bailarinos locais. Foi uma co-produção do Festival Perforacije (2011), com patrocínio do Culture Programme of the European Union e da Cidade de Rijeka, Croácia. No Brasil foi iencenado por Andreia Guilhermina, Beto Madureira, Luiz Anastácio, Patricia Aockio e pelos próprios coreógrafos, A Pele da Máquina nasceu da seguinte inquietação: como remontar uma obra produzida em outro país e com outro grupo de intérpretes sem produzir uma tradução local? Ao longo dos ensaios, a proposta que havia dado nascimento a Nafta se reconstruiu, e dela brotou uma nova dramaturgia. O fato dos dois coreógrafos haverem passado a atuar na obra, o que não havia acontecido em Nafta, favoreceu uma nova relação com a coreografia, trazendo uma ênfase na importância dos seus detalhes.

A Pele da Máquina discute as possibilidades de interpretação quando se observa algo. Ao longo de seu percurso, o grupo também se dedica a investigar estratégias para apresentar ao público sua pesquisa, preocupando-se com a relação entre arte e política, entre público e artista. Neste momento, foca a necessidade de encontrar outros caminhos com a poética da dança contemporânea. Abraços escondidos. Olhares camuflados. Abraços como correntes. Abraços como amarras. Suspensão do estado de esperança. Sobrevivência. Algo está escondido. Lantejoulas escondidas nos figurinos, rostos escondidos nos abraços e, ao mesmo tempo, algo que não é visível quer se revelar. Nafta se esconde entre A Revolta da Lantejoula (2011) e Mapa Movediço (2012).

O que seria, então, A Pele da Máquina: um “novo” trabalho? uma réplica? um remake?

FICHA TÉCNICA:

Direção artística, coreografia e pesquisa: Ângelo Madureira e Ana Catarina Vieira

Direção técnica e iluminação: Juliana Augusta Vieira

Figurinos: Ana Catarina Vieira e Jasna Bajlo

Elenco brasileiro: Ana Catarina Vieira, Andreia Guilhermina, Ângelo Madureira, Beto Madureira, Patricia Aockio e luiz Anastácio.

Elenco – Festival Perforacije 2011: Jorge Correa Bethencourt, Marko Kalc, Martina Rukavina, Nives Soldičić, Tanja Kalčić, Vladimir Ježić

Sonorização: Josip Maršić e Zoran Medved

Efeito Sonoro: Fabio Luchs

Roteiro: Ângelo Madureira

Foto: Inês Correa

Produtores associados (Croácia): Perforacije “Drugo More” Zvonimir Dobrović, Velid Dekić, Davor Mišković e André von Ha (in memorian).