Triologia Unificada (2024)

Nesta proposta, o Grupo Ângelo Madureira e Ana Catarina Vieira se propõem a juntar três espetáculos de seu repertório: Bolo de Rolo: Banda Baile Bloco, O Diário de Duas Bicicletas e Lokun: O Coração da Alfaia, desenvolvendo uma nova criação, sendo sua principal característica as relações interativas com o público. Estes três espetáculos são interativos, participativos, contemplativos e relacionais com músicas próprias, alguns momentos tocadas ao vivo, com letras musicais educativas e formativas com foco principal o compartilhamento de saberes, resgatando a importância da cultura popular, na sociedade, seu papel fomentador no exercício de cidadania e sua relação intrínseca com a comunidade, um espetáculo repleto de brasilidade e arquétipos inspirados no universo da pesquisa realizada por Ângelo e Ana Catarina onde a dança contemporânea, a cultura popular brasileira e o balé clássico enaltecem, divulgam e valorizam o fazer dançante, chamando atenção para a importância de quebrar preconceitos, respeitando e aceitando as diferenças dentro deste fazer. Nesta trilogia unificada, público e artistas se misturam, rolam se entrelaçando ao longo de cada ação interativa. Este encontro tem como proposta vivenciar a dança e a música de uma forma participativa, estimulados por ritmos e sonoridades. O público se torna protagonista ao lado do artista, tem como objetivo fazer o público dançar, transformando estados físicos e emocionais, através da vibração dos ritmos. O público experimenta estar em cena com o artista participando das coreografias de forma inusitada, pois o espetáculo, propõe uma interatividade dirigida pelo grupo que acontece em tempo real, durante a apresentação. O grupo chega no local com uma estrutura visualmente diferente e inusitada, iniciando a apresentação através de um cortejo percussivo, que vai conduzindo o público para o local onde vai acontecer a apresentação, que começa com a apresentação do repertório percussivo da “Orquestra de Alfaias” e na sequência desta ação, iniciam-se as coreografias e as interatividades. O espetáculo faz uma viajem lúdica pelas memórias da cultura popular brasileira, dialogando com dimensões inusitadas do cenário, figurino, adereços e bonecos, destacando-se para além das alegorias estabelecidas e com forte inspiração na cultura popular brasileira, construindo uma dramaturgia urbana e interativa. Na encenação, coreografias das danças populares brasileiras, como frevo, maracatu, samba, afro etc. e ações interativas, cirandas, rodas e outros desenhos coreográficos, como por exemplo: o popular ‘trenzinho” misturam elenco e público que se tornam um único corpo, onde a impossibilidade de identificar de imediato quem está no elenco e quem é o público, rompe os limites que separam público e artista, a intenção é exatamente esta: entre a linguagem da dança contemporânea e as suas amplas possibilidades, entre as danças populares brasileiras e a transmissão de conhecimentos históricos e através destes “entres” que o espetáculo tem a maestria de provocar os rompimentos que os separam e com estas possibilidades constroem a dramaturgia do encontro, onde público, artista e dança são enaltecidos e presenteados por estes “entres”. O público é levado a se tornar protagonista, compondo uma dimensão sofisticada de uma encenação alegórica dançante e contemporânea, abrindo um “arco” de possibilidades na confluência entre dança, música, percussão, cenário, coreografia, figurinos, público e o espaço de apresentação. Um “fazer artístico populesco” que tem a excelência, sofisticação e irreverência de um espetáculo conduzido pelo grupo e pelas histórias das danças que são contadas na trilha sonora apresentadas de forma performática. Com direção geral de Ana Catarina Vieira e direção artística e musical de Ângelo Madureira, o espetáculo reúne no elenco a dupla Ângelo e Ana Catarina, e os artistas Beto Madureira e Ana Noronha, bailarinos, criadores que possuem um percurso dentro do grupo e a eles se juntam dois jovens integrantes: Stephanie Borges e Fabricio Enzo.